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Pergunta
Ave Maria!
Caro Padre Angelo,
Sou um filho mais novo que voltou à Casa do Pai depois de anos entre os porcos de outro patrão, uma ovelha que o Bom Pastor veio salvar dos arbustos, da lama e das fendas em que se perdera, um trabalhador da última hora, levado ao serviço ao cair da noite, que ainda não consegue entender a bondade do Mestre; e lhe apresento uma pergunta que me pressiona há algum tempo e que, embora eu a tenha formulado até hoje a mais de um sacerdote (e até mesmo a um bispo), ainda não encontrou resposta.
Premissa:
Sabemos, pela Fé (que é confirmada pela Razão, que, por sua vez, é iluminada pela Fé), que Jesus é tão perfeitamente e verdadeiramente Homem quanto é perfeitamente e verdadeiramente Deus.
Como verdadeiro Homem, Ele tem uma verdadeira Alma Humana. Uma Alma que foi hipostaticamente unida à Sua Divindade pelo menos desde o momento da Concepção, em Nazaré, imediatamente após o “Sim” de Maria Santíssima. E que nunca deixou de estar, hipostaticamente unida à Sua Divindade: mesmo nas horas em que Seu Corpo era cadáver, e agora exangue, no sepulcro doado por José de Arimatéia; enquanto Ele – em Alma e Divindade hipostaticamente unidas, precisamente – foi para o submundo (certamente o Limbo ou “seio de Abraão”; mas talvez também no Purgatório, cujos ocupantes podem ter desfrutado de uma “indulgência plenária” muito especial) para retirar de lá as almas de todos aqueles que haviam morrido desde a criação do Primeiro Homem e da Primeira Mulher e que, embora não condenados, por causa das consequências do Pecado Original, não puderam entrar no Paraíso, fechado aos descendentes de Adão, desde o momento em que a morte e o pecado entraram na Criação Visível por causa “daquele Homem”. E cujas portas foram reabertas pelo Homem-Deus, o Verbo feito Carne, que trouxe consigo as hostes ilimitadas de almas dos primeiros bem-aventurados.
Pergunta:
Minha pergunta é: “Quando a Alma Humana de Jesus foi criada/concebida/gerada?”
Possíveis respostas:
Parece-me que há apenas duas:
1) naquele tempo, em Nazaré, imediatamente após o “fiat” de Maria Santíssima e no exato instante em que os Dois Gametas (muito especiais, mas muito Humanos: o feminino e imune ao Pecado Original dado pela Mãe e o masculino, e obviamente igualmente imune ao Pecado Original, creatio ex nihilo [criação a partir do nada, n.t.] – no ventre inviolado de Maria – por obra do Espírito Santo: que, como Deus, é o Único que pode criar ex nihilo) se fundiram para formar Jesus-Zigoto: em Quem foi infundida a Alma Humana criada no mesmo instante, e que no mesmo instante se uniu hipostaticamente ao Verbo Gerado ab aeterno;
2) ab aeterno, antes, portanto, que os Universos Visível e Invisível fossem criados
Cada uma dessas duas respostas, entretanto, tem uma consequência precisa.
Inaceitável, em minha opinião, é a primeira.
Emocionante e surpreendente, em minha opinião, é a segunda.
Agradeço antecipadamente por sua resposta,
Eu o saúdo e o abraço,
em Jesus Adveniente e Maria Corredentora.
Resposta do sacerdote
Prezado,
1. A segunda resposta está definitivamente errada porque terias que admitir a criação de uma alma sem o corpo. Ela estaria na condição de alma separada.
Devemos, então, sustentar que a alma de Jesus foi criada no momento em que Seu corpo surgiu.
2. No entanto, a primeira resposta também contém erros, pois o corpo de Jesus foi formado somente a partir do gameta oferecido por Nossa Senhora, milagrosamente fecundado em virtude do Espírito Santo.
Naquele momento, não havia gameta masculino.
3. Se Jesus tivesse sido concebido por obra de um gameta masculino, Ele seria somente homem.
Em vez disso, Ele é homem porque é gerado por Nossa Senhora e é Deus porque foi concebido pelo Espírito Santo, que fecundou sem criar um gameta masculino.
Portanto, a concepção de Cristo é milagrosa.
4. Eis o que São Tomás diz sobre o fato de Cristo não ter sido concebido por meio do gameta masculino: “Na concepção de Cristo, era natural nascer de uma mulher, mas era uma coisa sobrenatural nascer de uma virgem. Ora, é lei natural que na geração a mulher fornece a matéria e o homem o princípio ativo, como mostra o filósofo. Mas a mulher que concebe com a participação do homem não é virgem. Portanto, o caráter sobrenatural da geração de Cristo implica que o princípio ativo nela era a virtude preternatural de Deus; enquanto seu aspecto natural implica que a matéria com a qual seu corpo foi concebido é a mesma que as outras mulheres fornecem para a concepção da prole” (Suma Teológica, III, 31, 5).
5. E aqui está o que ele diz sobre o momento da criação da alma de Jesus:
“Orígenes sustentava que todas as almas foram criadas desde o princípio, e entre elas também a alma de Cristo. Mas isso é inadmissível, se estiver implícito que ela foi criada então sem ser imediatamente unida ao Verbo, porque nesse caso aquela alma teria tido por um tempo sua própria subsistência independentemente do Verbo. E assim, quando foi assumida pelo Verbo, ou a união de acordo com a subsistência não teria ocorrido, ou a subsistência pré-existente da alma teria sido suprimida.
Igualmente impossível é dizer que essa alma estava unida ao Verbo desde o início e depois, no ventre da Virgem, foi infundida com carne. Pois, nesse caso, sua alma não seria da mesma natureza que a nossa, que é criada no mesmo instante em que é infundida nos corpos. Sobre esse assunto, o Papa São Leão disse que “a carne (de Cristo) não era de natureza diferente da nossa, nem a alma tinha para ele um princípio diferente do dos outros homens” (Suma Teológica, III, 6, 3).
Retribuo a tua saudação sobrenatural e muito bela.
Lembro-me de ti ao Senhor e te abençoo.
Padre Angelo