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Bom dia, padre,
Como o senhor está?
Gostaria de lhe perguntar como funcionam as visões. Muitas vezes ouço falar de viagem astral e, de certa forma, acho que pode ser uma das maneiras que Deus usa para fazer com que os santos tenham visões do céu, do inferno e do purgatório, dos anjos e de si mesmo. Isso é possível? Ou o astral é algo puramente pagão? Porque é raro o cristão ter visões místicas, enquanto para um pagão ou esotérico essas coisas estão na ordem do dia.
Portanto, gostaria de saber se esse tipo de atividade é contra a vontade de Deus ou se isso pode de fato ajudar a vida espiritual do cristão
Obrigado do fundo do meu coração
Deus o abençoe
Feliz domingo santo!
Resposta do sacerdote
Caríssimo,
1. no dicionário Treccani (de língua italiana, n.t.), para a palavra astral consta: “mundo astral, a primeira esfera com a qual o indivíduo entra em contato após a morte do corpo”.
2. Também se fala de viagens astrais e, com isso, queremos dizer uma experiência fora do corpo, uma prática que visa fazer com que uma pessoa deixe voluntariamente seu corpo para ir a outros lugares, sejam eles físicos ou mentais.
3. Existem técnicas que facilitam esses fenômenos astrais que proporcionariam uma sensação de bem-estar e seriam um antídoto valioso para a depressão.
Essas técnicas incluem meditação, cânticos, técnicas de visualização e até mesmo privação de sono.
4. Como pode ser visto, esses são fenômenos humanos de origem física ou psíquica. E, como tal, estão sujeitos à análise orgânica ou psíquica.
A religião cristã não tem nada a ver com esses fenômenos.
Seu objeto é uma realidade de ordem natural, física ou psíquica.
São fenômenos que têm seu ponto de partida na vontade do homem e, portanto, podem ser facilmente induzidos.
5. A profunda diferença com os fenômenos místicos de ordem sobrenatural já se manifesta aqui. Esses fenômenos não são o resultado da vontade humana, nem podem ser induzidos por técnicas especiais.
Além disso, seu objeto é sempre de ordem sobrenatural ou intimamente relacionado e sua origem, bem diferente dos fenômenos astrais, não sendo de ordem humana, mas divina.
Deus não usa fenômenos astrais para revelar realidades de ordem sobrenatural ao homem. Em si, esse ainda é um domínio puramente humano.
6. O objetivo dos fenômenos místicos sobrenaturais não é a busca de paz extrassensorial ou ser um antídoto válido contra a depressão, mas alguma comunicação de Deus útil para confirmar a pureza da fé cristã ou a santidade de vida de alguma pessoa.
O autor desses fenômenos não é o homem, mas Deus.
Nos fenômenos astrais, o sujeito é ativo; nos fenômenos sobrenaturais, o sujeito é passivo.
7. Esses fenômenos místicos de ordem sobrenatural não estão na ordem do dia porque não se enquadram na natureza do organismo sobrenatural, que é constituído pela graça santificante, pelo dinamismo das virtudes teologais e pelos dons do Espírito Santo.
Isso significa que elas não fazem parte da ordem comum da vida cristã.
São fenômenos completamente excepcionais, que também são chamados de gratiae gratis datae (graças dadas gratuitamente).
8. Eles não são objetos de mérito. Por mais que o homem os deseje ou se esforce para obtê-los, eles não lhe são dados a menos que Deus os conceda gratuitamente.
Não há nenhuma técnica que possa permitir que alguém os tenha.
São visões, locuções, revelações ou outros fenômenos místicos de ordem corporal, como estigmas, bilocação, êxtase, etc.
Eles acontecem de repente e não podem ser evitados.
Se uma pessoa se preparar para tê-los por sua própria iniciativa, teremos imediatamente um sinal claro de que elas não vêm de Deus.
9. Por fim, é importante ressaltar que esses fenômenos nem sempre têm necessariamente Deus como autor.
Muitos deles podem ter causas de ordem preternatural. Eles podem ser artifícios do demônio, que intervém para confundir e instigar a soberba.
Também por essa razão, como sabemos, a Igreja procede com muito cuidado na verificação de sua origem sobrenatural.
10. Somente para as chamadas visões intelectuais, que ocorrem diretamente na mente sem a mediação de imagens, é impossível o engano do demônio, porque, de acordo com São Tomás, somente Deus pode penetrar no santuário de nossa alma.
Agradeço-te pela pergunta, desejo-te felicidades, abençoo-te e lembro de ti em oração.
Padre Angelo