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Olá, padre, gostaria de lhe fazer algumas perguntas:

O senhor pode me explicar o significado do sacrifício incruento de Cristo na missa?

Na missa, Jesus revive Sua paixão, morte e ressurreição ou nos lembramos desse evento como se estivesse acontecendo naquele momento?

Espero ter sido claro!

Deus o abençoe.


Resposta do sacerdote

Caríssimo,

1) O ponto de partida para resolver nossa questão encontra-se em certos textos da Sagrada Escritura: “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedec” (Heb 7,17); “Este, porque vive para sempre, possui um sacerdócio eterno. É por isso que lhe é possível levar a termo a salvação daqueles que por ele vão a Deus, porque vive sempre para interceder em seu favor” (Heb 7,24-25); “Porém, já veio Cristo, Sumo Sacerdote dos bens vindouros (…) sem levar consigo o sangue de carneiros ou novilhos, mas com seu próprio sangue, entrou de uma vez por todas no santuário, adquirindo-nos uma redenção eterna” (Heb 9,11-12).

2. É evidente a partir desses textos que Cristo ressuscitado e ascendido ao céu continua a interceder em favor dos Seus.

Ele intercede com o mesmo ato que realizou na cruz.

Ele não o repete ou mesmo o renova.

Esse mesmo ato no céu é incruento.

Ele o torna presente no altar com todo o seu valor meritório, expiatório e redentor de uma maneira igualmente incruenta.

3. Uma vez que o sacrifício não é renovado, mas se torna presente a fim de torná-lo eficaz para o benefício dos homens, Cristo presente no altar não continua a sofrer. Ele já sofreu de uma vez por todas com uma oblação eterna.

Seu sacrifício, que agora está no céu de maneira incruenta, gloriosa e eterna, está no altar de maneira igualmente incruenta sob as aparências do pão e do vinho, como uma fonte que comunica um espírito de graça e consolação a todos os que se aproximam.

4. Como nenhum momento da paixão de Cristo foi perdido e o que Ele realizou no tempo se tornou eterno no céu, pode-se dizer, com certeza, que no altar Ele torna presente toda a Sua paixão. É, de fato, o memorial da morte do Senhor.

Mas Ele não a revive. Ele deixou de sofrer.

Com o desejo de que tu possas desfrutar disso cada vez mais em cada celebração eucarística, eu te abençoo e lembro de ti em oração.

Padre Angelo